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quinta-feira, 31 de março de 2011

"Políticas Ambientais" em debate por Heloísa Apolónia na Escola Secundária Marquesa de Alorna em Almeirim


A deputada do Partido Ecologista "Os Verdes", Heloísa Apolónia, esteve ontem presente no debate "Políticas Ambientais" a convite dos alunos de 12º A no âmbito da Área Projecto, na Escola Secundária Marquesa de Alorna em Almeirim.


Numa sessão muito participada pelos jovens alunos, a deputada ecologista assinalou diversas acções e iniciativas que “Os Verdes” têm realizado ao longo do tempo, não só na Assembleia da República mas também a nível regional e local, como por exemplo a defesa do montado de sobro no concelho de Almeirim. As alterações climáticas, a poupança e as alternativas energéticas, a mobilidade e a crise económica foram alguns dos assuntos abordados.

terça-feira, 22 de março de 2011

“Os Verdes” preocupados com crescimento do eucalipto em Portugal

No Dia Mundial da Árvore e da Floresta, e quando se comemora o Ano Internacional das Florestas, o Partido Ecologista “Os Verdes” expressa a sua grande preocupação face ao crescimento da área de eucalipto em Portugal.

O abandono da agricultura, a falta de investimento no mundo rural e o nemátodo do pinheiro são factores que, juntamente com a pressão das empresas de celulose, podem vir a contribuir ainda mais para o crescimento do eucalipto em Portugal.

“Os Verdes” consideram inquietante que, de acordo com dados recentes do Inventário Florestal Nacional, o eucalipto, uma espécie exótica, grande consumidora de água e empobrecedora dos solos e da biodiversidade, possa vir a ser a espécie dominante em Portugal, caso o Governo ceda às pressões e pedidos das empresas de celulose, que reivindicam a plantação desta espécie em mais 400mil hectares.

O PEV reafirma a importância de uma floresta portuguesa diversificada e o apoio às espécies autóctones, nomeadamente ao sobreiro e ao castanheiro, espécies estas com grande valor acrescido, tanto do ponto de vista ambiental como económico e que estão hoje em dia muito afectadas por pragas e doenças, o que exigiria estudos e meios de combate às mesmas.

“Os Verdes” adiantam que, em sede parlamentar, questionarão o Governo sobre os pedidos direccionados Direcções Regionais das Florestas e às autarquias, para plantio de eucalipto.

“Os Verdes” estão também preocupados com as ameaças que pairam sobre as espécies autóctones, nomeadamente o montado de sobro, na sequência de um ordenamento do território desastroso onde o montado é sistematicamente preterido em prol de interesses económicos privados que este Governo entende como de interesse nacional (PIN), ou por interesses políticos que levam à localização de obras públicas em locais menos adequados e com grande potencial a nível de montado, como é exemplo da prisão de Lisboa e Vale do Tejo, no concelho de Almeirim, que caso se viesse a concretizar, levaria a arrasar montado de sobro de grande valor ambiental e económico.

O Partido Ecologista “Os Verdes”
Lisboa, 21 de Março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Nuclear Não, Obrigada!

Declaração Política da Deputada de “Os Verdes”, Heloísa Apolónia sobre desastre nuclear no Japão na Assembleia da República, 17 de Março de 2011.


Sr. Presidente
Sras. e Srs. Deputados

A tragédia que se abateu sobre o Japão merece, como a Assembleia da República já fez, a nossa maior solidariedade e a conjugação de esforços para prestação de toda a ajuda por parte da comunidade internacional.

Um abalo sísmico que atingiu praticamente os 9 na escala de Richter é de um potencial destruidor brutal. Acrescem as inúmeras réplicas que se têm feito sentir, bem como o tsumani absolutamente devastador, que resultou no número de mortes e desaparecimentos cada vez mais conhecidos e na destruição impressionante que causou onde chegou.

No meio desta tragédia, o PEV julga que é justo, apesar de tudo, salientar a forma evidente como a população japonesa é educada e preparada para a reacção em relação aos riscos sísmicos e para o facto de os modelos de construção terem influência em consequências menos ou mais dramáticas destas forças naturais arrasadoras, que provam que procurar dominar a natureza ou domesticá-la à dimensão da ambição de uma parte da humanidade é uma total utopia e um rotundo engano.
E é em momentos como este que inevitavelmente todos se questionam: e se aquilo acontecesse aqui? E se acontecesse em Portugal? Imaginá-lo já é devastador. Portugal é um país sem adaptação ao risco sísmico, apesar do que aqui se viveu em 1755. Não há uma educação da população para a prevenção, para o risco e para a atitude em caso de drama. Muitas construções fixam-se como palha em caso de uma magnitude elevada (designadamente em Lisboa).

A concentração da população no litoral, e consequentemente de construção e de actividade na faixa costeira, é em si um agravamento do perigo. A ocupação das zonas de risco continua a ser uma constante, como acontece com a intenção de construção da barragem do Tua em plena falha sísmica. Uma atitude mais inteligente, na prevenção e mitigação de riscos, é o mínimo que se pode pedir, fundamentalmente ao nível do ordenamento territorial e da instalação de equipamentos.

Mas Sras. e Srs. Deputados,

O drama do sismo intensificou-se no Japão com uma ameaça chamada Fukoshima. Caiu o mito da segurança do nuclear; caiu a mentira mil vezes vendida sobre a segurança do nuclear; o que juravam impossível nos dias que correm, aconteceu! E aconteceu no Japão, um país com uma fama de tecnologia de ponta no que respeita também à componente nuclear. E o acidente aconteceu! Porque pode sempre acontecer e esse é um dos grandes riscos do nuclear. E, infelizmente, é a dura realidade que prova que afinal os ecologistas e todos os anti-nuclearistas tinham razão. Hoje, no Japão, milhares de pessoas fogem de radiações, guardam-se perímetros de segurança, enquanto as explosões na central continuam a acontecer, e enquanto dezenas de técnicos continuam a tentar arrefecer reactores em vão, até pelos já tão elevados níveis de radioactividade libertados.

“Apocalipse” foi a caracterização que o Comissário Europeu da Energia fez do que está a acontecer em Fukoshima. Mas se as palavras se coadunam com o que se está a passar, as lições e medidas são leves de mais. Vários governantes da União Europeia vieram anunciar a necessidade de testes de stress às suas centrais nucleares, mas voluntários para as empresas! Merkel, que revogou o plano de encerramento faseado de vinte centrais nucleares, agora, face ao ocorrido, veio anunciar o encerramento de três centrais, mas provisório! O governo espanhol anunciou a abertura de um debate em Espanha sobre o nuclear, mas sobre a melhoria da segurança das centrais, não pondo em causa a sua continuidade!

O nuclear é uma ameaça e nada compensa o drama que pode causar, devastador para a vida e para a saúde, e com um raio territorial e temporal de contaminação verdadeiramente incontrolável. Este modelo energético tem que ser repensado! Mas infelizmente esse não tem sido o caminho. O lobby do nuclear continuar a ditar opções políticas, o que já se torna insustentável.

Segundo dados da Agência Internacional da Energia Atómica estão, ao nível mundial, em andamento 350 novos projectos de centrais nucleares. Isto é uma potencial bomba delapidadora do Planeta! No continente europeu estão 65 novos reactores em construção! Este paradigma de insegurança tem que retroceder! Em França 76% da energia eléctrica consumida, tem origem em 58 reactores. E a França é aqui tão perto! E mais perto é Espanha que é a 13ª produtora de energia nuclear do mundo! E Portugal importa desta energia!

Portugal, não tendo felizmente centrais nucleares, coabita, assim, com os riscos do nuclear, devido à proximidade com Espanha, designadamente em relação à central de Almaraz, em Cáceres, a escassos 100km da fronteira com Portugal. Em caso de acidente nesta central nuclear os efeitos far-se-iam imediatamente sentir sobre nós e o risco é tanto maior quanto são já conhecidos relatórios (embora a tradição seja sempre sonegar esta informação sobre os perigos das centrais nucleares) que retratam as profundas deficiências técnicas de Almaraz. A licença de funcionamento desta central expirava em 2010 e é preciso que acabe de vez! Mais, Espanha abriu processo de identificação de local, também em Cáceres, a 80 km da nossa fronteira, para armazenamento temporário centralizado de resíduos nucleares. Podemos nós sujeitar-nos a isto? O que sabe o Governo português sobre todos estes processos? Que interesse tem manifestado em relação aos mesmos? Em caso de acidente, que meios seriam imediatamente accionados em Portugal? Não sabemos! Sobre o funcionamento e mecanismos do nuclear sabe-se sempre muito pouco! Mas, foram estas as perguntas que fizemos ontem, por escrito, a diversos Ministérios e para as quais os portugueses também precisam de urgente resposta.

Nós, como país que recusou o nuclear, que recusou sujeitar-se a riscos tamanhos, temos uma obrigação: alargar a nossa segurança face ao nuclear e impelir outros a inverter o seu caminho nuclearista!

Sr. Presidente
Sras. e Srs. Deputados

Hoje, com a mesma convicção, mas provavelmente de forma mais compreensível para muitos, face ao que se está a passar no Japão, “Os Verdes” reafirmam:

NUCLEAR NÃO, OBRIGADO!

“Os Verdes” questionam Governo sobre perigos das Centrais Espanholas

A Deputada Heloísa Apolónia, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República 3 perguntas em que questiona o Governo, através do Ministério da Administração Interna, Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território e Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre as medidas de Protecção Civil a tomar em caso de acidente nuclear em Espanha e também sobre os perigos para Portugal decorrentes das Centrais Nucleares Espanholas, nomeadamente da Central de Almaraz.


PERGUNTA:
A incomensurável tragédia vivida pelo Japão na sequência do tsunami provocado pelo sismo ocorrido na passada sexta-feira, está agravar-se dramaticamente com os sucessivos rebentamentos e colapsos técnicos ocorridos na central nuclear de Fucoxima. Uma situação que pode vir a assumir proporções insustentáveis de tragédia nuclear, caso não seja possível controlar o arrefecimento dos quatro reactores desta central ou com o agravamento das falhas detectadas noutras centrais.
Esta situação sem precedentes e de difícil controlo, vivida por este país, onde todos reconhecem que impera uma cultura de prevenção e mitigação dos riscos, nomeadamente dos riscos sísmicos, muito superior ao que ocorre na maioria dos outros países, deve levar todos os que se renderam ao nuclear sem atender aos alertas lançados pelos ecologistas e anti-nuclearistas, a questionar os riscos e custos desta opção e dos modelos de desenvolvimento sustentados num forte consumo energético, alimentado em geral na opção nuclear, para a Humanidade e a vida no Planeta.
Portugal, não tendo centrais nucleares, coabita no entanto com os riscos do nuclear, devido à proximidade das centrais nucleares espanholas, nomeadamente à central de “Almaraz”, localizada na província de Cáceres, a escassos cem quilómetros da nossa fronteira.
Uma situação que, em caso de acidente grave nos reactores, terá impactos garantidos e gravíssimos no nosso país, tanto pela proximidade da fronteira, como pelo facto de a central se localizar à beira do Tejo, rio no qual vão parar as águas que servem para arrefecer os seus dois reactores nucleares.
Esta situação é tanto mais preocupante quanto a central apresentou sempre problemas de funcionamento, o que levou “Os Verdes” a questionar o Governo por várias vezes sobre este assunto, nomeadamente em 2002, quando foi divulgado nas Cortes Espanholas um relatório do Conselho de Segurança Nuclear que referia várias coimas aplicadas a esta central, por deficiências de funcionamento.
Por outro lado, e segundo informações de associações ecologistas espanholas, a barragem de Arrocampo, que garante o abastecimento de água para arrefecer o reactor, não foi construída segundo regras anti-sísmicas. Um rebentamento desta barragem, na sequência de um sismo ou por qualquer outra razão, levaria à impossibilidade de garantir o caudal necessário para arrefecimento do reactor, tal como aconteceu em Fucoxima.
Face às questões acima expostas, e considerando que os dois reactores da Central de Almaraz datam de 1981 e de 1983 e que a licença de funcionamento da Central expirava em 2010;
Considerando ainda que a 17 de Maio de 2010, os Ministérios do Ambiente e Ordenamento do Território e dos Negócios Estrangeiros, em resposta a uma pergunta do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, confirmaram que o Governo espanhol tinha aberto um processo de identificação de um local para um Armazém Temporário Centralizado (ATC) de resíduos nucleares que iria receber os resíduos de todas as actuais centrais nucleares espanholas e que um dos locais em causa era em Albalá, Cáceres, a cerca de 80 quilómetros da fronteira com Portugal;
Solicito, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, a S. Ex. O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território e o Ministério dos Negócios Estrangeiros me possam prestar os seguintes esclarecimentos:
1. Não consideram esses Ministérios que as centrais nucleares espanholas são um perigo para Portugal, nomeadamente a de Almaraz, pela sua proximidade e pela utilização que faz das águas do Tejo?
2. Que informações tem o Governo português sobre o estado dos reactores e sobre o cumprimento das medidas de segurança nas centrais espanholas?
3. Têm esses Ministérios conhecimento, se o Conselho de Segurança Nuclear renovou a licença de funcionamento da Central de Almaraz? Se sim até quando? E que avaliação fez da segurança desta Central?
4. Tendo em conta que o próprio Governo espanhol, por intermédio da Ministra da Economia, na sequência da situação no Japão, admite que se torna “mais necessário” um debate sobre a segurança nuclear, que diligências e atitude pensa o Governo Português tomar sobre este assunto junto do Governo do país vizinho, no sentido de garantir a segurança do nosso país?
5. Tem o Governo Português informação se já foi apontado algum local para o ATC? Se sim, qual foi o local escolhido?
Questões dirigidas ao Ministério da Administração Interna:
1. Não considera o Ministério da Administração Interna que, em caso de acidente nas centrais nucleares espanholas, nomeadamente na de Almaraz pela sua proximidade e pela utilização que faz das águas do Tejo, Portugal pode estar colocado perante riscos de contaminação radioactiva?2. Que informações tem esse Ministério sobre o estado dos reactores e sobre o cumprimento das medidas de segurança nas centrais espanholas?
3. Existe algum plano específico de protecção civil para fazer face a um eventual acidente nuclear em Espanha Tanto na perspectiva de evacuação das populações, como no sentido de garantir o aprovisionamento e o apoio de saúde necessário às populações?
4. Existe alguma coordenação entre esse Ministério, o Ministério do Ambiente e o dos Negócios Estrangeiros no sentido de coordenar informação ou qualquer intervenção sobre esta matéria?
5. Tem esse Ministério conhecimento se o Conselho de Segurança Nuclear renovou a licença de funcionamento da Central de Almaraz? Se sim até quando? E que avaliação fez da segurança desta Central?
O Grupo Parlamentar “Os Verdes”
Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”
Lisboa, 16 de Março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

Conclusões do Conselho Nacional de "Os Verdes" reunido em Santarém

O Conselho Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes”, reuniu no passado dia 12 de Março, em Santarém no Fórum Mário Viegas, para avaliação da situação eco-política nacional e internacional e definição das iniciativas para os próximos meses.

Foi ainda feito o balanço das visitas feitas no Distrito de Santarém durante o dia anterior.

CONCLUSÕES

1 – O Conselho Nacional, na avaliação da situação eco-política nacional, destaca o anúncio de novas (velhas) medidas de austeridade adicionais anunciadas esta semana pelo Ministro das Finanças Teixeira dos Santos de novos aumentos de impostos (IVA e IEC’s), de redução das pensões, de cortes sociais (prestações sociais, pensões de reforma, Serviço Nacional de Saúde, incluindo poupanças em medicamentos, e na Educação)!Ignora-se se estas novas medidas são agora despoletadas em consequência dum “buraco” nas finanças públicas portuguesas (noticiado pelo “Financial Times” alemão) supostamente descoberto pela Comissão Europeia e Banco Central Português, ou se se deve a novas imposições do Pacto de Produtividade Franco/Alemão, ou da Sra. Merkel e duma Alemanha que cada vez mais se comporta como dona da Europa e dos destinos dos europeus, a que obedientemente se submete o Governo português, mas esta permanente escalada de medidas atrás de medidas, para além de revelar o permanente falhanço de cada PEC em satisfazer as exigências insanas das agências de rating e das instâncias europeias, revela ainda o recurso sempre às mesmas soluções estafadas de penalizar os trabalhadores, pensionistas e as conquistas do estado social.

Finalmente, “Os Verdes” reafirmam a sua recusa à “Taxa Xerife de Notingham”, que, com base num conceito de Desequilíbrio Macro-Económico, pretende aplicar multas aos estados-membros que apresentem esse desequilíbrio que reverterão a favor dos estados que o não tenham!



2 – O Conselho Nacional do PEV, no presente momento de aguda crise económica em que as respostas, de PEC em PEC, vão sempre no sentido de penalizar os mesmos, pondo em causa direitos fundamentais e desagregando o estado social, precarizando, cortando apoios sociais, adiando as vidas dos jovens e empurrando muitos para a pobreza, saúda as manifestações que hoje ocorrem no país, desde a concentração dos professores portugueses no Campo Pequeno em Lisboa, relembrando que as reformas encetadas conduziram a um clima insustentável e de saturação nas escolas portuguesas, em número de horas e burocracia, mas também as várias manifestações espontâneas, em cerca de dez cidades do país, incluindo a capital, despoletadas por jovens, de uma geração “à rasca”, contra a precariedade laboral, o desemprego licenciado, os falsos recibos verdes, seja no privado ou na função pública, movidos por um desejo de real mudança e reais alternativas, contra a insustentabilidade das políticas que nos têm (des)governado!

“Os Verdes” saúdam ainda a convocação, por iniciativa da CGTP para o próximo dia 19 de Março, da manifestação nacional “Dia de Indignação e Protesto” contra as medidas de austeridade que já não é possível aguentar!



3 – A complexa e grave situação que se vive no Magreb e norte de África, que se alastrou a outros países da região, merece grande preocupação, designadamente a situação na Líbia, pelo conflito armado que está instalado, provocando vítimas e refugiados numa zona onde os interesses energéticos e geo-estratégicos são determinantes. “Os Verdes” sublinham que essas revoltas populares, tanto na Líbia como nos demais países, têm como motivação, antes de mais nada, para além de um legítimo desejo de reformas políticas, a precária situação económico-social de grande parte daquelas populações, com elevados níveis de desemprego e pobreza e falta de serviços públicos sociais fundamentais.

Uma intervenção militar na Líbia, certamente apetecível pelas quantidades e qualidade do seu petróleo, numa reedição do Iraque, mesmo que encapotada de missão humanitária ou sob o pretexto de “democratizar”, será desastrosa e poderá agravar drasticamente a situação do povo Líbio e a instabilidade da região, pelo que “Os Verdes”, no respeito pela nossa Constituição, criticam e opor-se-ão a uma acção militar, mormente se não for sob a égide das Nações Unidas, defendendo sempre o recurso aos mecanismos políticos e pacíficos de resolução de conflitos.


4 – O dramático terramoto, seguido de um tsunami, ocorrido ontem no Japão, com mais de mil vítimas mortais e milhares de desalojados, mereceu a atenção do Conselho Nacional que se solidarizou com um país com importantes relações culturais históricas com Portugal, que atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história contemporânea.Os danos causados em duas centrais nucleares, de proporções e consequências ainda desconhecidas, mas que levaram já à evacuação das populações – no mesmo país que conheceu os horrores do nuclear bélico -, vem relembrar o risco e a insegurança que o nuclear, mesmo o civil, representa para qualquer região, para homem e natureza, pela inexistência de tecnologia capaz de garantir a segurança e a resolução dos resíduos radioactivos.

Por isso “Os Verdes” reafirmam o NÃO AO NUCLEAR.
Por outro lado, este desastre natural, vem, novamente, convocar-nos, em Portugal, onde o risco sísmico é igualmente uma realidade que não deve ser menosprezada, a tomar medidas preventivas e de preparação das instituições e das populações para uma nova eventualidade desta natureza no nosso território.


5 – Os Conselheiros Nacionais reuniram ontem com a Comissão de Utentes dos Serviços de Saúde de Benavente e com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria II, que abrange o território dos concelhos de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche e Salvaterra e puderam confirmar, de viva voz, o encerramento, provisório há demasiados meses (e nalguns casos correndo o risco de se tornar definitivo, como o caso da do Biscainho, a 20 km da sede em Benavente) de várias Extensões de Saúde, numa região em que há muitos utentes idosos e sem quaisquer transportes públicos que lhes permitam aceder a estes como a outros serviços públicos. Por outro lado, constatámos a gravíssima falta de profissionais de saúde para prestar serviço de qualidade às populações, não só desse ACES, mas em todo o distrito.


Com efeito, não são só médicos que estão em falta, fruto da falta de formação nas universidades ao longo dos anos, mas também de enfermeiros (apesar da oferta de enfermeiros no país não ser deficitária, antes pelo contrário) e de outros profissionais. Por exemplo, para os 6 concelhos existem apenas 2 fisioterapeutas, 1 delegado de saúde e “meio” psicólogo, uma vez que o único que existe ainda tem que prestar serviço em meio tempo no Hospital de Santarém!O recurso a empresas de trabalho temporário para tentar assegurar alguns serviços como o SAP de Benavente e a Extensão de Saúde de Porto Alto, tem oferecido, pela falta de condições de trabalho dos médicos contratos, que fazem demasiadas horas seguidas, e pela intermitência do serviço e falta de acompanhamento regular dos utentes, um serviço claramente insuficiente e muitas vezes francamente insatisfatório suscitando a justa revolta das populações.A situação, neste momento já insustentável, prevê-se, infelizmente, que continue a piorar.



Por outro lado, a actual reforma, que retirou competências aos directores dos centros de saúde mas não as atribuiu todas ao ACES, tem conduzido a ineficiências e desperdícios do sistema como é o caso actual dos dois radiologistas que estão parados em Coruche por falta de liquido revelador e fixador para as radiografias (pois são comprados via centralizada!) obrigando a que os pacientes venham a Santarém (!) tirar as radiografias, importando mais custos em transportes.



Da visita à EMEF (Empresa de Manutenção Ferroviária) no Entroncamento, empresa importante para este Concelho e para o Distrito – é neste momento a maior metalomecânica do país -, que já chegou a ter 959 trabalhadores e hoje conta apenas com cerca de 430, ficou a preocupação com a empresa a nível nacional que ameaça “dispensar” mais de quatro centenas de trabalhadores, algumas dezenas, no Entroncamento, e encerrar as oficinas em Guifões e no Barreiro fruto de uma gestão feita de opções incorrectas, por um lado e dum desinvestimento em geral na Ferrovia em Portugal, com o Governo a encerrar linhas, horários, estações e a desguarnecer o país e as regiões de um meio de transporte seguro, ecológico e socialmente acessível! Acresce que tal ocorre num momento em que, com a escalada do preço de combustíveis, o Governo se deveria empenhar, não em continuar os aumentos brutais dos transportes, mas sim em atrair mais utentes para a Ferrovia retirando-os das estradas nacionais!


No que toca à gestão da EMEF, merece preocupação o facto do detentor do seu capital social, a CP, que é simultaneamente “patrão” e “cliente”, pois a EMEF presta todo o seu serviço de manutenção do material circulante à CP, optar por entregar serviço a outras entidades, como algumas composições que fazem serviço na linha do Douro e vão ser reparadas a Espanha quando fazem serviço internacional, reduzindo o volume de serviço à EMEF. Preocupação fica ainda em relação à SIEMEF (agrupamento de empresas celebrado entre a Siemens e e EMEF) para onde vai ser deslocalizado mais serviço que a EMEF tem know-how e competência para realizar, perdendo novamente volume de negócio o que não ajuda, obviamente, à viabilidade futura duma empresa chave para a região.

Pelo Conselho Nacional do PEV
12 de Março de 2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

Saúde e Ferrovia na agenda do Conselho Nacional de “Os Verdes” em Santarém



O Partido Ecologista “Os Verdes irá reunir o seu Conselho Nacional, órgão máximo entre convenções, em Santarém no próximo sábado, dia 12 de Março.

Da agenda consta a análise da situação política nacional e internacional assim como a definição de iniciativas a desenvolver pelo partido nos próximos tempos.

Na véspera, como é habitual nas reuniões descentralizadas do Conselho Nacional, uma delegação do PEV reunirá com diversas entidades e realizará algumas visitas, com o objectivo de conhecer melhor os problemas da região, conforme programa abaixo.

Para dar conhecimento das conclusões da reunião do Conselho Nacional, assim como das visitas efectuadas, convidam-se as Sras. e os Srs. jornalistas para uma conferência de imprensa a ter lugar no dia 12 de Março, pelas 17.00h, no Fórum Mário Viegas - Centro Cultural de Santarém.


Programa 11 de Março de 2011, sexta-feira

10.00h – Reunião com Comissão de Utentes dos Serviços de Saúde (Benavente)

11.30h – Reunião com Agrupamento de Centros de Saúde, ACES Lezíria II (Almeirim)

15:00h - Reunião com direcção do Parque Oficinal do Centro da EMEF; Visita às oficinas e contacto com a Comissão de Trabalhadores da EMEF e com a Direcção Regional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (Entroncamento)

12 de Março de 2011, sábado

Reunião do Conselho Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes



CONFERÊNCIA DE IMPRENSA – SANTARÉM

Conclusões das visitas ao Distrito e da reunião do Conselho Nacional

12 de Março – 17.00h – Fórum Mário Viegas – Centro Cultural de Santarém(Rua Joaquim Luís Martins, nº16, Santarém) CONTACTO – 913 017 475

O Partido Ecologista “Os Verdes”
Lisboa, 10 de Março de 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

“Os Verdes” preocupados com as refeições escolares em Fazendas de Almeirim

O núcleo de Almeirim do Partido Ecologista “Os Verdes, tendo tomado conhecimento do descontentamento geral que as refeições escolares fornecidas no Agrupamento de Escolas de Fazendas de Almeirim estão a gerar entre os encarregados de educação, devido à rejeição das mesmas pelos seus filhos, lamenta a existência desta situação e vai, através da sua representação nos órgãos municipais, questionar os responsáveis da Autarquia sobre o problema.

Os Verdes sublinham ainda o facto que este descontentamento só acontece desde que as refeições escolares deste Agrupamento passaram a estar “entregues” a uma empresa privada, situação que teve início em Setembro de 2010.

As razões deste descontentamento não surpreendem Os Verdes e vão ao encontro do que sempre alertamos. O núcleo de ecologistas de Almeirim relembra que, através da ex-vereadora da CDU e agora deputada municipal, a dirigente nacional do PEV, Manuela Cunha, sempre contestou a entrega das refeições das escolas do Concelho a empresas privadas pois sempre consideraram, a partir do conhecimento que tinham da realidade nacional, que a entrega das refeições a privados não iria contribuir para melhorar nada, nem a qualidade alimentar, nem o serviço prestado no geral, nem reduzir os custos para a autarquia, uma vez que os transportes, os funcionários, o gás e a água eram suportados pelo Município.

No caso concreto de Fazendas de Almeirim, Os Verdes querem ainda ser esclarecidos sobre o tipo de contratação feita com a empresa, pois não têm conhecimento que tenha ocorrido nenhum concurso público ou adjudicação oficial da mesma.

Os Verdescontinuam convictos que as refeições escolares deveriam continuar a ser confeccionadas pelas escolas em conjunto com a autarquia e que esta é a melhor forma de salvaguardar a qualidade, a variedade dos alimentos, e de manter alguma cultura gastronómica e garantir a segurança alimentar. Uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para assegurar às crianças e jovens um bom desenvolvimento e bem-estar. Por essa razão, Os Verdes consideram crucial, sobretudo neste período de crise, a adesão das crianças e jovens à refeição que lhes é fornecida na escola, tanto mais que ela é, por vezes, a única refeição equilibrada que usufruem no dia, uma situação não rara na Freguesia de Fazendas de Almeirim.
Gabinete de Imprensa de "Os Verdes"
07 de Março de 2011